sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Parashá Haazinu e Yom Kipur

Messiânico

Deuteronômio 32:6
É assim que recompensas ao ETERNO, povo louco e ignorante? Não é ele teu pai, que te adquiriu, te fez e te estabeleceu?
39 Vede, agora, que Eu Sou, Eu somente, e mais nenhum deus além de mim; eu mato e eu faço viver; eu firo e eu saro; e não há quem possa livrar alguém da minha mão.

Essa parashá fala mais do que todas as outras no poder que o Eterno tem sobre nossas vidas e sobre nossa teimosia em não reconhecermos esse poder, em não sermos gratos e em não nos dedicarmos e submetermos a Ele. O conceito de Deus como pai não é, como muitos pensam, um conceito cristão estabelecido por Yeshua HaMashiach, mas um conceito profundamente fundamentado na Torah.

Não é ele teu pai, eu te adquiriu, te fez e te estabeleceu?

Por que essas palavras, e nessa ordem, adquirir, fazer e estabelecer?
A palavra adquirir aqui tem o mesmo sentido de comprar, regatar por preço.
A palavra estabelecer significa proporcionar estabilidade a; tornar estável ou firme; dar existência a; fundar; instituir; determinar; estipular;organizar; fixar;
Mas não bastaria ter feito e estabelecido para se tornar dono? Por que seria necessário, além de fazer e estabelecer, também comprar?
O homem, depois de criado por Deus, decidiu seguir um caminho diferente. Por causa desse caminho em que ele se opunha, se afastava da Luz, em que limitava a luz do Eterno em sua existência, se tornou escravo da ausência da Luz que ele mesmo provocou, se transformou em escravo de seu próprio ego, escravo de HaSatan. E com escravo, para que novamente se tornasse filho, era preciso ser resgatado, ser comprado. Resgatado de que? Resgatado do desejo compulsivo de seguir seus próprios caminhos, de limitar o que receberia do Eterno, de tomar suas próprias decisões, de romper com Ele, e, principalmente, da culpa dos erros naturalmente decorrentes dessa posição e dessa decisão – tikun.
Tanto no Tanach como no Berit HaDashá encontramos várias vezes a palavra resgatado,comprado, adquirido:
Isaías 51:11
Assim voltarão os resgatados do SENHOR, e virão a Sião com júbilo, e perpétua alegria haverá sobre as suas cabeças; gozo e alegria alcançarão, a tristeza e o gemido fugirão.
Isaías 52:3
Porque assim diz o SENHOR: Por nada fostes vendidos; também sem dinheiro sereis resgatados.
I Coríntios 6:20
Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus.
I Corintios 7:2,3
Fostes comprados por bom preço; não vos façais servos dos homens.
Apocalipse 14:3
...cantavam um como cântico novo diante do trono, e diante dos quatro animais e dos anciãos; e ninguém podia aprender aquele cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra.
I Pedro 3:18, 19,20
Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver ... Mas com o precioso sangue de Yeshua, como de um cordeiro imaculado e incontaminado,
o qual, na verdade, em outro tempo foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado nestes últimos tempos por amor de vós;

De nada adianta fazer alguém, criar alguém e estabelecer alguém para que esse alguém continue a viver uma vida de escravidão, de ruptura, uma vida de separação, limitação e infelicidade.

Essa parashá é uma parashá profética, que fala sobre as constantes idas e vindas do povo de Israel e, em nível mais profundo, de cada um de nós, de nossas constantes quedas e recuperação. E também fala de compra, resgate, aquisição. Fala sobre o que aconteceria no futuro ao povo de Israel.

Mas que aquisição é essa, de que nos fala a Torá? Que resgate é esse, pago pelo Criador por algo que Ele mesmo fez, e que deveria naturalmente ser seu?

O resgate do Tikun, Tikun este que implica em separação em desamonia com o que é perfeito, e é explicado no Berit HaDashá:

Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver ...
Mas com o precioso sangue de Yeshua, como de um cordeiro imaculado e incontaminado,
O qual, na verdade, em outro tempo foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado nestes últimos tempos por amor de vós;


Então, que preço é esse, que não é dinheiro, como bem diz o Tanach, em Isaías?

Preço de expiação. Preço de sangue.

O Talmud afirma:

Não há Yom Kipur sem sangue. (Yomá 5a)

Toda a Torá aponta para essa forma de resgate: o resgate dos primogênitos, ocorrido em Pesach, em que o sangue de um cordeiro perfeito era passado nas portas, impedindo a morte dos primeiros filhos hebreus. As constantes ofertas pelo pecado, que envolviam derramamento de sangue de diversos animais. A expiação máxima da culpa, ocorrida em Yom Kipur, em que um bode era degolado e seu sangue aspergido sobre o povo, liberando-o de toda culpa e outro enviado ao deserto, para morrer.

O Talmud nos conta que:"Durante os quarenta anos antes da destruição do Segundo Templo, a sorte* escrita ‘Para o Senhor’ não vinha mais não mão direita do Cohen Gadol (Sumo Sacedote), nem o fio vermelho** ficava branco, nem a lâmpada ocidental a Menorá do Templo permanecia acesa e as portas do Santuário abriam por sí só" (Yomá 39b). *A sorte para o Senhor é uma referência ao texto de Lv 16.6-9. Ao bode que seria para expiação do povo. Havia um sorteio e por um sinal de D'us saía 'Goral LaHaShem' mas, neste período isto não acontecia mais. Sinal que D'us não estava mais recebendo as ofertas pelo pecado, pois o Mashiach Yeshua se ofereceu como perfeito sacrifício pelo pecado. Exatamente neste período de 40 anos antes da destruição do Templo, aproximadamente o ano 30 d.C. ** O fio vermelho era o fio de escarlate que perdia sua cor (ficando branco) como sinal de aceitação de D'us à oferta de Israel. Este fenômeno também não acontecia mais. "Eis que o véu do santuário se rasgou em duas partes de alto a baixo..." (Mt 27.51). “Há um interessante comentário feito por Ibn Ezra, um comentarista bíblico judeu medieval, a respeito de Levítico 16.9-10. Ibn Ezra fixa seu comentário em Levítico 16.9: “Se você deseja conhecer o mistério do bode expiatório deve conhecer primeiro quem morreu na idade de 33 (trinta e três)...”. Não foi ele quem elaborou este ponto. Um comentarista posterior, um dos mais famosos Rabinos Judeus da era de ouro, do exílio espanhol, rabino Moshê Ben-Nachman, afirma neste verso: “Eu digo que o Rabino Abraham Ibn Ezra quis dizer, “a idade de 33...”: Esaú e o Reino de Edom”. Na terminologia judaica medieval, Esaú é Yeshua, e o Reino de Edom é o Império Romano. Assim, o Rabino Moshê identifica a pessoa de quem o Rabino Ibn Ezra estava falando como sendo Yeshua. Yeshua é o bode expiatório que leva os pecados de Israel sobre si no dia da expiação. É interessante ver rabinos que identificam o bode expiatório como Yeshua e ainda não acreditam n’Ele. A razão pela qual esses rabinos são capazes disso é porque eles viviam sobre a impressão errada que cristianismo é para gentios e não para Judeus”.

O que significa tudo isso?
Porque o sacrifício tradicional de Yom Kipur, exatamente a partir da morte de Yeshua, segundo a própria interpretação dos eruditos judaicos da época, que não aceitavam o rabino Yeshua como messias de Israel, não foi mais aceito pelo Eterno? Por que a forma tradicional de expiação deixou de valer, se não havia Yom Kippur sem sangue?
O que significava o fato de as portas do templo se abrirem sozinhas?
Por que o Talmud, obra essencialmente judaica, afirma que não há Kipur, expiação, perdão, sem sangue? E por que o povo de Israel foi privado (e o Eterno permitiu, essa parashá mesmo diz que toda derrota foi com a permissão do Eterno) da expiação com sangue de animais, já que todo sacrifício deveria ser feito apenas no templo, segundo o Tanach? E por que os escritos messiânicos nos dão resposta para isso, afirmando que Yeshua, segundo eles o messias de Israel, morrendo na cruz, em Jerusalém, cidade do Templo, tinha provido ele mesmo o sacrifício perfeito, cumprindo com tudo aquilo para o qual o arquétipo do sangue animal apontava e preparava a alma de um povo?
Segundo ele mesmo, Yeshua, em sua pré-existência, é um ser divino, que se identificava como aquele de Daniel 7: 13: Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas nuvens do céu um como o filho do homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e o fizeram chegar até ele. E foi-lhe dado o domínio, e a honra, e o reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino tal, que não será destruído)

E por que a parashá Haazinu, parashá profética, fala de comprar, expiar, resgatar, além de fazer e estabelecer?

Fiquemos com estas perguntas e tenhamos em mente que o Eterno, a seu tempo, faz tudo completo. Que Ele mesmo já proveu, em Malchut, no mundo material, meio para que toda separação, toda ruptura causada pelo pão da vergonha seja anulada. Para que todo tikun seja expiado, apagado, coberto como foram as portas das casas imbuídas do sangue do cordeiro pascal. Como foram as almas do povo aspergido com o sangue do bode de Yom Kippur. Que possamos entender que tudo que precisamos fazer é receber essa dádiva de expiação e nos apegarmos a ela. Que nós possamos entender esse mistério e não menosprezá-lo, para que possamos continuar em nossa caminhada de devekut, de adesão ao Eterno, e para se que cumpram em nós as palavras do Salmo 91: porque a mim se apegou com amor,também eu o livrarei; pô-lo-ei num alto retiro, porque conheceu o meu nome.Ele me invocará, e eu lhe responderei; {estarei} com ele na angústia; livrá-lo-ei e o glorificarei. Dar-lhe-ei abundância de dias, e lhe mostrarei a minha salvação.

O que mais podemos desejar?

2 comentários:

  1. Shalom chaverah sheli!

    Gostei tanto desse tópico que até o inseri num de meus artigos, veja:

    http://yerushalaim1967.blogspot.com/2009/09/noticias-mundo-mundo-judeus-usam.html

    Shavua tov ve lehitraot.

    פולוס עבד ישוע ✡

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